A Balada do Mar Salgado de Hugo Pratt reeditada


A Balada do Mar Salgado de Hugo Pratt
186 págs., p/b e cor, cartonado, 30x23 cm
26,95€, Arte de Autor, reedição Abril 2022
 

A Arte de Autor reedita A Balada do Mar Salgado, obra maior de Hugo Pratt, naquele que considero o melhor formato para este romanzo disegnato: a preto e branco, com a nota introdutória de Pratt, escrita em 1989, onde o autor reafirma que a seu interesse pelos Mares do Sul foi despertado pelo escritor irlandês Henry de Vere Stacpoole e a sua novela A Lagoa Azul (T. Fisher Unwin, 1908); e prefácio de Umberto Eco de 1991, ilustrado com aguarelas de Pratt.

Una ballata del mare salato iniciou a sua publicação no primeiro número da revista italiana Sgt. Kirk - assim intitulada como homenagem ao personagem de Pratt e Oesterheld publicado na Argentina - a 10 de Julho de 1967, até à sua 164ª prancha publicada no nº 20 em fevereiro de 1969. A primeira edição em álbum é de 1972 pela Mondadori.

Em Portugal esta narrativa foi publicada na revista Tintin, desde o nº 35 do 13º ano (10/01/81) ao nº 11 do 15º ano (24/07/82); em álbum pela Livraria Betrand em 1982; a cores, pela Meribérica-Líber em 1996; em três volumes pela parceria Público-ASA em 2004 e pela Arte de Autor em 2017.

“Sou o Oceano Pacífico e sou o Maior. É assim que me chamam há já muito tempo, embora não seja verdade que eu seja sempre pacífico”.  É com esta frase que começa esta obra onde surge pela primeira vez Corto Maltese.

Estamos a 1 de Novembro de 1913, quando algures no Pacífico, entre o meridiano 155º e o paralelo 6º Sul, os primos Pandora e Cain Groovesnore são resgatados como únicos sobreviventes do naufrágio do navio “A Jovem de Amesterdão”.

O catamarã que os resgata, tripulado por nativos, é comandado por um estranho e rude homem branco, de longas barbas e olhar sombrio a quem chamam Rasputine. Este aceita manter os dois jovens a bordo pois, aparentando pertencer a famílias abastadas, acredita que poderão valer-lhe um avultado resgate.

Mas no seu trajecto rumo a Kaiserine, o catamarã fará outro estranho encontro com alguém à deriva. Trata-se de Corto Maltese, um velho conhecido de Rasputine e do Monge, amarrado a uma jangada e lançado ao mar por uma tripulação amotinada.

Corto é um marinheiro sem pátria, um aventureiro que não se fixa a um território nem defende outras ideologias a não ser as suas. O barco em que navegava encalhara há alguns anos na ilha do “monge”, e ele acabou por estabelecer uma ligação à enigmática figura encapuzada. Mas embora se movimente no seio de um grupo de piratas, Corto tem um código de conduta e de honra muito próprios, que por várias vezes o colocarão em confronto com o louco Rasputine.

Hugo Pratt é unanimemente considerado um dos maiores desenhadores do mundo (Rimini, Itália, 1927 - Grandvaux, Suíça, 1995).

As suas bandas desenhadas, as suas obras gráficas e aguarelas são expostas nos maiores museus, do Grand Palais à Pinacoteca de Paris, sem falar do Vittoriano, em Roma, o Ca’ Pesaro, em Veneza ou o Santa Maria della Scalla em Siena.

Hugo Pratt definia as suas histórias com o termo «literatura desenhada». Viveu em Itália, Argentina, Inglaterra, França e Suíça. Grande viajante, atravessou praticamente o mundo todo. A sua personagem mais famosa é Corto Maltese, nascido a 10 de Julho de 1887 em La Valletta, ilha de Malta. Filho de mãe cigana andaluza e pai marinheiro da Cornualha.